Se você pretende escrever um roteiro de um programa, digamos do gênero interpretativo, formato documentário, é necessário seguir alguns passos. Observe o exemplo do roteiro de Alessandro Varela que exemplifica cada etapa.
Primeiro você tem que pensar numa idéia . Pode ser uma palavra ou uma frase. Depois você faz a sinopse, isto é, conta a estória em umas cinco linhas. Qual vai ser o enfoque dessa estória, qual o ângulo, o que você quer que perpasse por todo o programa, qual a linha que vai orientar seu programa chama-se story-line, é o enfoque que vai ser dado para sua estória. Duas ou três linhas, está bom.
Agora você tem que arrolar todas as informações necessárias para o desenvolvimento desse seu programa, é o argumento. Trata-se de um texto mais longo, duas, três ou mais páginas onde vão estar todas as informações que podem se transformar em texto para uma futura narração, sugestão de entrevistados, através de perfis que vão ser arrolados aqui e outros dados que você julgar necessários. É aqui que você pode vir a conseguir um patrocinador para o seu programa. Por isso é necessário ser minucioso com todas as informações do seu roteiro. Você tem que falar com pessoas, traçar seu perfil, identificar possíveis entrevistados, locações que podem ser úteis, descrever lugares possíveis, ..., enfim, contextualizar a sua estória em termos de personagens, ação, tempo e espaço.
Num outro momento você divide sua estória em cenas, identificando as locações e o mínimo de ação. Chama-se a isso de estrutura. Identifique em cada cena um cabeçalho dando o número da cena, locação, dia/noite, interna/externa e dê a descrição mínima do que acontece. Da estrutura começa a se esmiuçar o roteiro da estória em vários níveis: são os tratamentos. As novelas chegam a ter mais de oito tratamentos. Em cada tratamento se coloca o mesmo cabeçalho da estrutura. E em cada nível, primeiro tratamento, segundo tratamento,... Se esmiúça mais o que acontece em cada cena.
No roteiro técnico você pode utilizar a lauda TV, já separando o vídeo do áudio ou uma lauda padrão do Word, por exemplo, sem divisão por colunas. No roteiro técnico é necessário identificar planos e movimentos para cada cena. Coloque aqui aquele mesmo cabeçalho do último tratamento que você fez, onde se encontram os números da cena, locação, dia/noite, interna/externa. Em cada cena devem constar a ação principal e secundárias identificando todos os planos da cena, movimentos de lente ou câmera e todo o áudio respectivo de cada cena, isto é, a narração, se houver, as sonoras, se houver, e as trilhas, lembrando que deve descrever o nome do CD, a faixa e a trilha a ser usada. Se for um documentário, você deve saber quais os assuntos a serem abordados em cada cena, os que você iria perguntar para a pessoa que vai dar o depoimento, sobre o que a pessoa vai falar. No roteiro técnico você tem tudo o que vai acontecer em cada cena em termos de áudio e vídeo. É o seu principal guia para gravação e futura edição.