Existem gêneros de programas que são híbridos, isto é, são a mescla de mais de um gênero.

O primeiro deles poderíamos classificá-lo como info-show, onde a ficção e o espetáculo estão juntas. Baseia-se em pseudo-acontecimentos. Os fatos são previsíveis, provocados e controlados. Existe uma audiência onde comparecem personalidades de diferentes áreas. Dá-se popularidade a pessoas com atividades surpreendentes, exóticas ou marginais; os temas têm relação com a atualidade. Aqui aparece o inusitado, o anedótico, o chamativo e o sensacionalista.

O magazine ou programa de revista apresenta a mescla dos gêneros informativo e de opinião através de notícias, entrevistas, reportagens, comentários, mesa-redonda e debates com o público. A variedade se dá na escolha de temas e estilos, na variedade de atores, na variedade de enfoques, na variedade de situações e na variedade dos ritmos.

O talk-show é o reino da palavra participante e da subjetividade. É onde prima a opinião contagiosa, chocante e popular. A palavra é a matéria-prima e aparece ligada a domínios particulares. A expressão corporal do entrevistado é visível. Mescla-se a palavra com ingredientes do espetáculo: atrações musicais, humor, malabarismo. O talk-show pode ter vários formatos: entrevista-espetáculo, cara-a-cara, diálogos em círculo ascendente, onde comparecem vários convidados sobre um mesmo tema, e diálogo do apresentador com todos os participantes.

O reality-show converte a vida real em pseudo-acontecimento. Eventos e personagens intervêm como sujeitos agentes ou pacientes. Os fatos são desvinculados de seus contextos referenciais, naturais e genuínos e são transplantados ao espaço do discurso televisivo. Os fatos e personagens estão sujeitos a tratamentos e enfoques extravagantes. Nesse tipo de programa é eleito um personagem principal e a audiência se identifica com os personagens.

O docudrama parte de um fato real e de dados comprovados incorporando um tratamento de ficção, dramático. O docudrama pode ser puro, quando se capta o drama humano, como documento vivo, no momento que acontece; pode ser parcialmente ficcionado, onde as pessoas que viveram o drama na vida real, o representam e interpretam novamente para as câmeras; ou pode ser totalmente ficcionado, quando se finge o drama e as pessoas da história real são substituídas por atores.